SEDE

Biblioteca de Alcântara - José Dias Coelho

O Palacete do Conde de Burnay, construído em finais do séc. XIX, integrava o vasto património imobiliário da família Burnay.

Apesar da sua origem, cedo este edifício abriu portas à comunidade e, na década de 30, albergou a Escola Comercial Ferreira Borges. Em 1961, esta escola testemunhou um dos mais marcantes acontecimentos ocorridos na Alcântara contemporânea. Quase em frente à escola, na então Rua da Creche, é assassinado pela PIDE, o artista plástico e militante antifascista José Dias Coelho, imortalizado por Zeca Afonso na música “A morte saiu à rua” e no topónimo que renomeou a rua.

Atualmente, após obras de recuperação e beneficiação, é com muito orgulho que o nº 29 da Rua José Dias Coelho recebe agora a novíssima Biblioteca de Alcântara. O proje​to de reabilitação é da autoria da arquiteta Margarida Grácio Nunes e foi reconhecido com uma menção honrosa de melhor intervenção de impacto social do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2020.

Esta é uma biblioteca feita por pessoas e para pessoas. Ainda estava em obras e já nós andávamos na rua a falar com toda a gente. Imbuídos pela história por detrás do nome da rua e pela essência do topónimo árabe Al-Quantara, que significa a ponte, símbolo de união, fomos partilhar ideias, projetos e desejos das pessoas sobre a biblioteca. Ouvimos, discutimos, sonhámos em conjunto e o resultado é que mesmo antes de inaugurar, a biblioteca já tinha um Teatro Comunitário.

Para além do Teatro Comunitário, a Biblioteca de Alcântara tem um Coro Infantil/Juvenil, desenvolve também o projeto “Vidas e Memórias de Alcântara” (dispondo de uma sala onde se pode encontrar uma coleção dedicada exclusivamente a Lisboa e a Alcântara) e possui ainda uma Galeria que acolhe exposições temporárias de variados artistas e temas.